Idaho Great, o juízo final

Regressava de mais uma gloriosa batalha, como das outras vezes, ele e o seu exército, tinham realizado uma performance notável, digna de um grande lutador. Capitão de batalhas e tréguas, Abílio Jirinofski, tinha um estatuto ímpar nos lutadores do universo e há muito que tinha ensinado os seus opositores a respeita-lo, de tal forma que já poucos existiam. A batalha ganha neste Setembro do ano de 2078 tinha-o consagrado um verdadeiro Mestre das Governações da Terra, e as dúvidas que pudessem existir tinham sida desfeitas. A terra passava um período difícil, as constantes mudanças provocadas por gerações descuidadas acrescentavam mais um passo à sua destruição, encurtando o caminho para o seu fim. Há muito que se tinham perdido os bons hábitos da década de 90, já não se ouvia falar de musica, quanto mais ouvi-la, as sucessivas ondas dos “entas”, já iam bem longe, sem que outras as substituíssem. De Manchester ou Seattle, já só os bastante antigos se lembravam, para não falar de coisas boas como, Cole, Cohen, e Cale, ou do mito, Bjorg. O verde já quase que não havia, a Terra era uma bola cinzenta, onde já não havia países, mas Governações, lideradas por homens austeros, que impunham ao seu povo o que outrora foi precioso, e que hoje era uma tortura total. Trabalho e mais trabalho era agora o lema, não a qualquer tipo de diversão, quais músicas, quais saídas à noite, nada, apenas trabalho. Homens como o nosso Capito Jirinofski, tinham tornado o mundo feio, sem piada, sem desportos radicais, sem música, sem borgas, sem nada. A batalha de hoje tinha sido num local onde noutros tempos havia uma grande e magnifica cidade, nos tempos que se vivia a sério, que se ia à praia, e se bebiam uns copos nas explanadas. A razão tinha sido mesmo essa, uma governação demasiado permissiva, que deixava o seu povo trabalhar e ainda divertir-se alguma coisa. Tal facto indignou profundamente, no só o Capitão Jírinofski, como todo o conselho das governações terrestres, desencadeando a dita batalha. De regresso, Abílio Jirinofski, no seu avião Air Extra Sonic, olha ao seu redor e vê que tudo está a ficar vermelho; pensou em primeiro lugar, que devia ser sua impressão, pois havia travado forte batalha, que o deixara exausto. Mas não. Ao seu redor, o que era vermelho foi aclarando passando a laranja, e de laranja a amarelo, um amarelo tão forte e intenso que o fez fechar os olhos por breves instantes. Foi ai que sentiu um forte embate, e ao abrir os olhos, encontrando-se ainda no coquepit do seu Air Sonic, estava sem efectuar qualquer comando, a aterrar. A máquina parou sem qualquer manobra. Olhou em volta, esfregou os olhos, e voltou a olhar! Tudo era diferente, nada era como o que estava habituado. Onde estaria? Perguntou a ele mesmo. Será que tinha morrido? Mas sentia-se tão vivo, e também não podia estar a sonhar. Já fora do Sonic, e após alguns passos, a paisagem estendia-se a perder de vista com o mar a cintilar, o brilhar do sol que se lhe impunha, intrigam-no cada vez mais. Sendo um conhecedor do Mundo, garante que naquelas paragens já mais havia estado. Poucas alternativas tinha senão seguir a estrada, longa e aparentemente sem fim, que ladeava o campo verde onde tinha aterrado o seu Sonic. Assim o fez. O Sol parecia brilhar cada vez mais, ou então era a sua fraca preparação física que começava a dar sinal. A fadiga era cada vez uma barreira mais difícil de transpor. Parou. Respirou fundo, olhou em frente, e já quando tinha desviado o olhar e se preparava para dar o próximo passo, voltou a olhar. Embora tenha duvidado, os seus olhos não lhe tinham mentido, ao fundo um aglomerado de casas se avistava. Abílio Jirinofski, parte, parecendo ter forças renovadas. As cores alegres dos edifícios deixam Abílio boquiaberto, questionando-se cada vez mais sobre o local onde estaria. A primeira referência - Idaho Great, Agora sim! Intrigado, baralhado e só para ele, sim, porque a um homem forte como Jirinofski, não fica bem dizer estas coisas… com medo. Fazia horas que andava às voltas, neste local, que parecia deserto. Sentou-se! O cansaço acumulado, fê-lo passar pelo sono, que um barulho estridente fê-lo acordar. Já todas as janelas estavam abertas e já circulavam pessoas na rua. Pessoas bonitas, com boas cores, fortes e saudáveis, que muito pouco tinham a ver com a Terra de 2078, do nosso Capitão Jirinofski. Ganhou coragem e questionou um homem que passava, sobre este estranho local. Depois de o olhar com ar desconfiado, explicou-lhe que se tratava de um lugar único, onde só estavam pessoas que tenham desempenhado papéis fundamentais na existência da Humanidade. Jirinofski questionou, Como por exemplo? Músicos, desportistas, exploradores, e alguns políticos, exclamou o homem. Jirinofskl perguntou ainda, então que faço eu aqui? O homem sorriu, ele próprio já tinha feito à um tempo esta questão a si mesmo. Pausadamente, este homem da mancha na careça que outrora tinha sido um político de mudança, convida-o a sentar e inicia a sua explicação. Diz-lhe que para este lugar ilustre só vêm grandes homens que aqui ficam para trocar experiências, para fazer nascer uma super sociedade, que um dia irá salvar a Terra. Todos chegam assim, sem saber porquê! Exclama. Mas nem todos ficam, a nobreza que os faz chegar, também pode ser de maldade, é a sua resistência á prova, que determinará se ficam ou não. Se for fraca, terão de partir. Prova! Qual prova? Pergunta Jirinofski. O homem explica: Cada um que chega é submetido a uma prova, um desafio, entre ele, e um dos nossos, alguém muito bom escolhido para o efeito, no seu caso, também um lutador, como o senhor. E se eu perder? Nesse caso volta para o lugar onde veio, voltará a nascer, ocupando o lugar mais baixo que existir, para não prejudicar o bom funcionamento do planeta. Ser assim do povo! Exclama assustado. Sim, ou escravo se existir, para que não possa Influir no poder, uma vez que não o merece. O homem abandona-o, ficando Jirinofski sem palavras para fazer qualquer comentário. A sua bravura não o deixa desistir, pois também não o podia fazer. Restava-lhe apenas aguardar até ao dia da decisão do seu parceiro de luta. Pouco havia para fazer neste local e rapidamente chegou o veredicto. O Capitão Abílio Jirinofski teria que se defrontar com o Infante D. Henrique. Setecentos anos depois do seu nascimento persistia um homem de espírito bravo, movido pela paixão de conhecer e pelo espírito de aventura. Já distante do cruzado que foi, há muito que se tinha deixado de naus e se voltara para outras aventuras. Ao parceiro de batalha tinha ainda sido deixada a tarefa de escolher a prova. O Infante sofreu as influências dos seus tempos, quando a vida era ela própria uma aventura. Por isto e para ele, agora só qualquer coisa igualmente arriscada e também de aventura. O infante escolhe um salto de “bungee jumping” de uma grande ponte, com direito a mergulho e tudo. Confiante, Jirinofski recebe a notícia, e de pronto tremeu dos pés à cabeça. Mal preparado fisicamente sabia que não ia resistir, desporto, era actividade que não constava na sua vida de grande líder de batalhas. O grande dia chegou, e ao ver caminha o na sua direcção Infante, perdeu qualquer tipo de ilusões. Então, é você que vai saltar comigo! Muito bem! exclama do Infante. Jirinofski estava gelado. Apesar de não estar habituado a ter receio das coisas, na verdade também nunca se tinha visto tão só, sem soldados, sem o seu Air Extra Sonic, sem armas, sem nada. Estava verdadeiramente entalado. O assistente do Infante, um homem de aspecto sempre jovem, músico de profissão, em tempos famoso por baladas e canções de rádio, inicia os preparativos. Primeiro o Infante, cinta de apoio, uma perna, outra perna, ilhós do elástico, já está. Agora o grande Capitão Abílio Jirinofski. Sting inicia o mesmo processo, cinta de apoio, uma perna, outra perna. Ilhós do elástico, 0K, pronto para saltar. Tudo pronto, Um, Dois, ... Abílio Jirinofski fixa o rio lá em baixo, ao mesmo tempo que perde todas as suas forças. O negro brilhante do rio, quase que o cega, e este mesmo negro, passa a um tom rosa, de rosa a vermelho, de vermelho a laranja e de laranja a um amarelo tão forte que o obriga a fechar os olhos. Derrotado. Não teve tempo para pensar em nada e abre os olhos. Em vez de elástico à cintura tinha o seu arnês de protecção de sempre, a paisagem parecia menos bonita, apesar do sol brilhar em fim de dia no horizonte. Estava apenas no cimo da ponte, com um martelo pneumático na mão. Desta vez, não necessitou de se questionar muito, tinha sido vencido pelos sonhos. O velho Capitão Abílio Jirinofski, não é mais Capitão e muito menos o Mestre das Governações da Terra, é apenas um operário, como tantos outros, nesta ponte que parece não ter mais fim.

Se puderem façam este pequeno GRANDE exercício:

Visitem todos os lugares
Vejam para além das nuvens
Vão até ao vosso limite (sem medos!)
Ofereçam conhecimento
Aclarem os pensamentos
Olhem
Olhem de novo
Descubram novos trilhos, que valha a pena percorrer.

A minha primeira vez?

Não, não tive a sorte de ter um pai surfista e de, por isso, dar os primeiros passos na praia rodeados de cheiro de neopren e de wax, em alguma carrinha pão de forma pintada de cores berrantes. Também não tive a de um irmão mais velho, a quem podia ter roubado as pranchas velhas e partir para a experiência até lhe provar que também era capaz. Pelo contrário. Apesar do ambiente propício e de estar no sítio certo na idade certa fui desencorajado e levado a desistir pelos perigos do mar que os outros me faziam querem que existiam. Foi preciso passarem mais de vinte cinco anos para voltar ao assunto. Até lá a vida não me foi fácil de afazeres e não deixei por mãos alheias outras experiências, outras viagens e outras tentativas. Até que, por mim, pela minha vida e pela minha vontade, chegou a vez do surf. Então sim, aos 40, porque não, entrei confiante no mar de prancha na mão, pronto para a minha primeira vez. Tarde? Julgo que não e menos ainda para por em prática um plano antigo. Senti a emoção dos tempos idos e confesso que a coisa e menos simples do que eu supunha, apesar de ter corrido bem. Mas o problema da primeira vez é que pode não a última mas efectivamente a primeira de muitas. Vou na minha terceira vez e já me sinto infectado. Digo infectado porque tenho um amigo bem mais novo que me dizia …espera só até o bichinho te morder. Na verdade, sinto que o surf é daquelas coisas que não nos deixa indiferentes e não nos deixa passar só por ele, pelo contrário, entra-nos debaixo da pele se não mesmo no sangue. Não escondo que para tudo isto muito contribuiu as pessoas que fui encontrando pelo caminho e que me cimentaram a confiança, numa coincidência que agora me parece incrível. Agora fico aqui à espera ansioso que seja outra vez outra vez sexta-feira para rumar à Costa da Caparica, faça sol ou faça chuva para mais uma aula de surf. Será mais uma hora a cair para depois remar de novo para fora e na onda a seguir, no momento a seguir, passar a secção e tentar acertar a manobra. O Surf, como tudo na vida, está repleto de imensa dificuldade e imprevisibilidade onde a palavra de ordem é “perseverança”. Quem sabe se é por isso que é tão atractivo. Este será o meu lema até ganhar confiança para me lançar nesta nova aventura de vida a solo.

.....de volta da Malásia

Huffff, estamos de volta. Foi um grande passeio. Correu tudo às 1000 maravilhas o tempo ajudou exceptuado um dia de temporal em Kuala Lumpur, mas nada de importante. Andamos tanto de avião que acho que dei a volta ao mundo. A minha alma ficou naquela ilha….acho que isso diz tudo. KL é normal, mas interessante (mas com nota mais baixa que Singapura) e Malaca fica-se pelo curioso e pelo colorido típico da Ásia, com templos chineses e indianos que convivem portas meias com mesquitas e santuários sicks. Quanto ao Parque Natural de Taman Nagara é muito giro, sobretudo chegar lá: 3 horas de piroga rio acima no meio da selva com o canto dos pássaros por companhia, as crianças das tribos nativas que brincam na água e um ou outro animal que nos vai surpreendendo, ao mesmo tempo que ia vendo quando é que as nossas malas caiam ao rio, função do equilíbrio instável de como foram colocadas em pilha na pequena proa. Aviso aos viajantes: para ficar no parque naturas, nada o Mutiara Resort!!! Este é um hotel, o resto é mato….ficamos no Rainforest !!! é simples e pouco limpo. Tivemos azar na estadia pois estava a ser filmado um concurso indiano tipo “sobreviventes” na selva e a equipa de televisão fez do Mutiara quartel-general. Resultado, havia gente da equipa em todo o lado e só comida indiana incluindo ao pequeno-almoço. Também não deve ir para o Parque Natural que tenha medo de bichos… há aranhas de dia e osgas de noite em todo o lado. O truque é nunca deixar nada aberto do quarto e fazer a inspecção diária após a limpeza…nunca se sabe o que está debaixo da cama ou atrás do móvel. Já sobre a ilha de Pulau Perhentian, é o paraíso na terra, e uma aposta certa. Não vi as outras mas gostei desta! Entre avião, carro e barco, lá chegamos no dia programado e com o sol e o bom tempo a dar uma ajuda. Ficamos no BUBU Island Resort um oásis com 30 quartos em cima da praia (tipo pé na areia até para jantar!) super simples (sem TV), mas muito cómodo e muito limpo e sobretudo com uma cozinha de comer e chorar por mais. Enfim, há assim umas quebras de luz eléctrica de vez enquanto …por vez o sumo do pequeno-almoço só aparece às 10h porque o barco que trazia as melancias atrasou um pouco…, nada de grave. Tivemos tempo para tudo, para relaxar ao sol, para fazer snorkling e ver os corais, para mergulho com tartarugas e tubarões (é que estou mesmo a falar a sério! Ainda não sei como fui capaz!)….pic-nic numa praia surpresa organizado pelo hotel, com direito cesta de comida quente, fruta e vinho branco fresco em copos de vidro…em plena praia …. isto tudo com água a 27 graus…. O que se pode querer mais? As pessoas do hotel são super simpáticas e os acepipes dos chefes, um tailandês e outro do Bangladesh são imperdíveis. Este último à noite, trocava a cozinha pelo “barbecue” que também era um enorme sucesso. Era engraçado ir vendo uns a chegar e outros a partir e nós a dizer….hummmmmmmm, ainda ficamos mais 3 dias. Foi mesmo muito Bom!

EM VIAGEM: Malásia, Truly Asia

À primeira vista, é uma verdadeira confusão. A Malásia fica numa península no sul da Ásia, banhada de um lado pelo Mar da China Meridional, do outro pelo Estreito de Malaca. Mas esta ideia só é válida para uma parte do país (a que está no mapa em cima), porque o território, de quase 330 mil quilómetros quadrados, é descontínuo: temos ainda Sabah e Sarawak, porções de terra que ficam mais ao sul, na Ilha de Bornéu, junto da Indonésia. Ou melhor, junto de uma parte da Indonésia, que por sua vez também existe aos pedaços com ilhas e mais ilhas. Mas nada de desesperos, pois muitos não desfazem essa confusão à primeira vista. Outro desafio sobre a Malásia é entender seu sistema político e sua diversidade religiosa. Dos treze estados, nove são sultanatos, e a cada cinco anos um dos sultões é escolhido como chefe de Estado. A maioria dos 23 milhões de habitantes é muçulmana (embora não do tipo linha-dura) e convive com hinduístas e budistas. Mas isto definitivamente não é tudo nem a parte mais interessante do que há para descobrir sobre a Malásia. Respire fundo! o país é coberto por uma das mais antigas e ricas florestas tropicais do planeta, tem praias perfeitas (equipadas, como toda praia perfeita, com resorts perfeitos), mergulho de primeira, artesanato lindo, uma gastronomia que em nada fica devendo às cozinhas mais famosas de outras partes do Sudeste Asiático e uma capital mais do que moderna, cujo nome é divertido de pronunciar: Kuala Lumpur. O melhor de tudo é que a Malásia ainda não é uma meca do turismo no pior sentido. É por tudo isto que partimos a descoberta desta País, ainda que confinados à parte peninsular. A expectativa é grande. Vamos começar pela grande Kuala Lumpur, Capital das torres sem fim, dos templos, das galerias, dos mercados, Kuala Lumpur é um endereço obrigatório do Oriente, uma lição de história (incluindo a ex-portuguesa Cidade de Malaca) e um banho na grande diversidade cultural que tanto marca a cidade. No plano está também o mais importante parque nacional da Malásia, o Taman Negara, para isso teremos de cegar a Kuala Tahan, cidade onde situa-se a entrada para o parque que se faz de barco. Diz-se que é floresta mais antiga do planeta, onde existem trilhos pela floresta, e pontes suspensas na copa das arvores. Aqui ainda vive uma das tribos aborígenes (Orang Asli) mais antigas deste continente. Daqui vamos para norte, já para perto da Indonésia para as Ilhas Perhentian. Contam que são um paraiso na terra, até porque são consideradas um santuário marítimo. Já tinha lido sobre estas lindas ilhas no nordeste da Malásia e fiquei cheio de vontade para ir. Aqui será o fim da nossa aventura, juntado um pouco de relax para retemperar forças para o regresso. Vamos ver se será possível ir juntando umas fotos elo caminho.

Até breve.

Mensagem dos antípodas.


Aqui há dias recebi uma mensagem de um amigo após a sua chegada dos antípodas, em concreto de Timor. Timor, país que nasceu no mesmo dia que eu, apenas uns anos mais tarde. Publico a mensagem hoje, por achar que é um texto cheio de inspiração e também como forma de homenagem ao nosso cooperante, que hoje faz 40 anos. Bem vindo ao clube amigo. Aqui vai:

Cheguei domingo de Timor, onde fui submetido à mais infame tortura do sono. O meu amigo e companheiro de viagem é um excitadinho, um adiantado mental e um conversador compulsivo. Resultado: para além das 8 horas de diferença, ele tinha sempre qualquer assunto para conversar antes de nos irmos deitar. Quando chegava à cama, embora podre, não conseguia dormir. Foram, portanto, oito dias em vigília. Pernoitamos na Fundação Oriente, nuns anexos, e às tantas ficámos sem luz na casa de banho. Razão por que tivemos o radical desafio de procurar fazer pontaria para a retrete apenas com a luz do luar. Enganámos ainda um professor de Braga, com ar de Jesuíta, sobre a situação de insegurança que se vive no território. Relatámos apedrejamentos em plena via pública, tiros, catanadas. Fizemo-lo desejar ardentemente regressar ao seu Minho natal. Deu ainda para dois mergulhos, uma visita a um quartel da GNR, um jantar em casa do Attaché d'affaires português e à moderação dos painéis da minha conferência, onde um sorridente grupo de nativos não percebia para cima de 95% do que era dito. A somar ao cenário descrito, um grupo de Australianos de sandálias, na mais pura tradição da esquerda festiva, que já não tomavam banho desde que o capitão Cook desembarcou na terra dos cangurus. E ainda deu para mandar fazer camisas à medida num alfaiate em Singapura, encomendadas às 11 da manhã, feitas na Malásia, e prontas às 5 e meia da tarde. E depois admiram-se que a Europa fique para trás no "desafio da competitividade".

Abraços do outro lado do mundo.




Jordânia. Petra para começar.

Se não fosse a má reputação do Oriente Médio no quesito paz, a Jordânia seria o número 1 do turismo. Hoje a capital é Amã, 300 quilómetros ao norte, mas Petra continua a ser o grande tesouro deste país, que mais parece uma pequena peça num gigante e complicado quebra-cabeças. Com apenas 89,2 mil quilómetros quadrados, a Jordânia faz fronteira com a Síria, o Iraque, a Arábia Saudita, Israel e a Cisjordânia. Mas, apesar da vizinhança instável, é um lugar bastante pacífico, onde o rei Abdullah sucessor do rei Hussein, que morreu em 1999, depois de quase 47 anos de poder se empenha em controlar o fundamentalismo islâmico e manter o equilíbrio entre a maioria palestina e as tribos beduínas naturais do país, de 5,5 milhões de habitantes. O povo é muito hospitaleiro e a segurança é total. Ou seja: vida de Indiana Jones, só no cenário. Todo o resto é pacífico. Não é em vão que alguns bares em Wadi Musa, pequena cidade perdida no sul da Jordânia, exibam cartazes do filme Indiana Jones e a Última Cruzada, de Steven Spielberg. Ali ao lado, a poucos quilómetros, esconde-se um dos cenários mais fascinantes já utilizados pelo director em seus filmes. Encravada no deserto da Jordânia, um país pobre de população beduína, fica a magnífica cidade de Petra, a antiga capital do povo Nebateu, que viveu na região há 2000 anos. A visão de Petra é uma daquelas coisas surpreendentes que guardamos para todo os sempre. Entre penhascos e desfiladeiros espalham-se construções impressionantes de uma cidade que, no seu apogeu, chegou a ter 30000 habitantes. E o mais fantástico é que as principais obras foram esculpidas na própria rocha do deserto. Petra já seria inesquecível apenas por isso mas, para chegar até ao centro, é necessário caminhar pelo estonteante desfiladeiro “Siq”, uma garganta de 1,2 km de extensão e 100 metros de altura, que torna a jornada ainda mais espectacular. Quando menos se espera, surge à nossa frente o monumento mais importante do lugar: o Tesouro. Trata-se de uma fachada em estilo helenístico com 43 metros de altura encravada na rocha. A segunda principal atracção de Petra, não menos interessante, é ainda menos acessível e fica à distância de uma escalada de 900 degraus a partir da praça central, por um trilho de terra e pedra: trata-se do Mosteiro. O esforço vale a pena, mas para os mais comodistas, os beduínos oferecem uma boleia nos táxis locais, uns burricos que, de tanto subir e descer, sabem o caminho de cor e salteado. Quanto a mim, num equilíbrio ainda mais arriscado que na tradicional ida a pé. Mas a história de Petra ainda não chegou ao fim. Depois de um descanso curto no hotel Wadi Musa alinhamos em mais desafio. Uma visita diferente a Petra, à noite! É fantástica e cheia de ambiente. Entramos mais uma vez pela longa e estreita garganta do Siq, desta vez iluminada apenas pela luz das velas e sonoramente enquadrada pelo silêncio só tocado pelos passos da caravana. Até que se desvenda à nossa frente de novo o Tesouro, o tal segredo que durante séculos estive muito bem guardado, agora num átrio iluminado por 1500 velas e emoldurado por música beduína e por chá de ervas. Deixamos Petra cedo pela manhã e seguimos para o deserto de Wadi Rum, para mais uma aventura, agora de jipe para conhecer os seus locais mais encantadores. Prometo continuar a história.

O Cozinheiro, o Ladrão, a sua Mulher, o Amante, o Engenheiro, as criadas de Mesa, a prima da China e muitos mais.


Trailer de uma festa em Arruda. Será Carnaval, ficção ou realidade?

Prologo
O Ladrão janta todas as noites solenemente na sala em companhia de seus capangas e da esposa. Pomposamente servidos pelas criadas sexy, comem fartamente os menus do chefe francês que sorrateiramente se desloca ao Good Grill para garantir tanto alimento.
Cansada dos modos violentos e grosseiros do marido, a esposa dá umas voltas à socapa com um solitário frequentador da casa, o engenheiro. Com a cumplicidade do chefe de cozinha francês, os dois amantes prosseguem as brincadeiras às escondidas pelos cantos da casa, onde nem a despensa escapa.
No entretanto, o Ladrão devora prato após prato na sua grande mesa, aparentemente focado na comida. De soslaio, pisca o olho à criada sexy com quem tem um caso as escondidas, na casa da lenha. Porém, quando descobre a traição da esposa, desfecha uma cruel vingança contra o engenheiro, que por sua vez será vingado pela Mulher tudo na noite de Carnaval e com a casa cheia de convidados. Nenhum contava porem com o olhar atento da prima da China, que pronta a por a boca no trombone troca a preciosa informação por uma malinha Burberry outros regalos de idêntico teor.
Trailer
Tudo parecia tão calmo na casa de Arruda. Na verdade, todos sabíamos que esta seria uma noite especial. Vinham as primas do oriente e muitos convidados. Como seria esta convivência? Conseguiriam eles manter as aparências no meio de tanta atribulação?
Na sequência inicial, cortinas abrem-se e num cenário ao ar livre desenrola-se uma cena de requintada elegância. O champanhe e o gin são servidos no alpendre à medida que os convidados chegam. O Ladrão apresenta-se a rigor tal como a mulher e de forma solene cumprimentam os convidados.
A seguir a câmara dirige-se para o interior da cozinha. As imagens da cozinha mostradas pela câmara são deslumbrantes. Os alimentos (carnes, aves, peixes, verduras, etc.) são revelados com todo vigor e exuberância de cores e formas, tendo como fundo musical sons e ruídos dos cortes e panelas fumegantes. A preparação dos molhos merece enquadramento especial. Nesse ambiente simples e esfumaçado, artistas e artesãos se esmeram na magia da transformação dos materiais elaborados pela natureza em obras de arte, com as orientações a rigor do “Chef”, cujo destino poderá ser a satisfação do prazer gustativo ou apenas servir para saciar a fome.
Chegam as primas da china e da índia, lindas de morrer! Cada vez mais belas, as primas mostram-se no seu esplendor, colorias e alegres, prontas para mais uma noite de folia. Chega o Pirata e a Abelha, e mais convidados de renome.
A passagem da cozinha à sala é apoteótica. A câmara desloca-se e um fundo musical anuncia a mudança de uma forma de ordenamento à outra. Na sala o ar solene, a decoração artificial, o alinhamento simétrico dos móveis e a cobertura macia das mesas, a disposição rígida de pratos e talheres, o brilho e a transparência dos cristais. Ainda no semblante dos convivas, a ansiedade da fome ou até o sossego pela graça alcançada e pelo prazer e simpatia do convite.
O jantar vai ser servido. À table! Grita o chefe francês enrolando o seu bigode!
A mesa está linda e as entradas parecem divinais. Os olhos do Ladrão e dono da casa brilham com tanta comida e com os rabos das criadas que rodopiam à volta da mesa prontas para todos servir. Todos começam a comer. O fluxo entre a sala e a cozinha é imparável! Comida e mais comida e mais comida.
Este enredo tem como fio condutor a inusitada paixão da Mulher por um amigo da casa, engenheiro de profissão gourmet nos tempos livres. Os dois, com a cumplicidade apaixonada do cozinheiro, transformam a cozinha e a despensa da “Casa do Alto” no local para os seus encontros amorosos. Tudo se faz às barbas do brutamontes Ladrão, que pouco a pouco passa a desconfiar das constantes e inexplicáveis fugas de sua mulher à Toilette.
Ao mesmo tempo e enquanto as primas da China e da Índia se deleitam com os manjares da casa do Alto, com os acepipes do chefe e até com o chefe, a mulher sai de fininho com destino à toilette. De forma discreta o engenheiro também sai. Vai ao terraço e fuma um cigarro. Tal como o fumo, esfuma-se e a porta da dispensa fecha-se. As cenas de amor entre e sobre os alimentos frescos ou defumados são sensuais, picantes e temerárias. O clima de suspenso, ao estilo hitchcockiano, pelo temor e risco do flagrante, cerca todos os encontros dos amantes, sem, no entanto, inibir o calor da paixão. A fuga dos amantes entre alimentos alucina e nauseia. Cai o arroz os chouriços e as couves da avó Petta (que não veio pois não gosta nada de carnavais! Ao convite disse “…ó filho, isto a minha vida é que é um Carnaval com tanto animal para tratar”).
O ladrão dá um arroto e pede licença para se ausentar. A caminho da cozinha foge com a criada sexy para a casa da lenha e entre os toros sujos e o latir do cão tudo acontece.
Aos poucos todos regressam e tudo volta a normalidade na sala e o cheesekake é servido. Magnifico como sempre o contraste entre o doce vermelho e branco do queijo reabre os apetites. Os convivas babam-se, e a prima da China come mais uma fatia avantajada.
O jantar prossegue com os chás importados e os cafés quenianos do costume, os whiskies e os conhaques. A sala enche-se de fumos dos “cigars” e o ambiente carrega-se de boémia. A música começa a animar com o cozinheiro a fazer uma perninha de DJ. A Daniela canta o “feijão com arroz” e o Ricky Martin grita “uno, dos, três, Maria….”. Todos saltam e dançam ao sabor da música tocados por tanto champanhe e vinho de Arruda, o “mono caixa” do costume.
O álcool faz os seus efeitos e, discretamente, não resistindo a sedução das ancas, a mulher pisca o olho ao engenheiro para mais uma fuga à dispensa. Cada um na sua vez e sempre discretamente, o amor acende-se na dispensa, agora já quase sem espaço entre garrafas vazias e caixas de alumínio do Good Grill já sujas escondidas pelo “chef” para que ninguém saiba que afinal o cardápio com as mais diversas iguarias - Canard à l’orange (Pato com laranja); Le coq au vin (Galo ao vinho); Salade de langoustine (salada de lagostim); Terrine de caneton (patê de pato); Sauce hollandaise (Molho holandês); Abacate ao vinagrete e camarões – foi tudo importado da rua de baixo.
A câmara abandona este amor carnal e move-se para a sala de novo, o centro da festa onde a animação prossegue. As primas da índia saltam de contentes e a prima da china não lhe fica a atrás. Com tanto salto e tanto cheesecake, dá-lhe a voltareta e toca de ir à toilette. Tanto gin e tanto champanhe deram-lhe volta a cabeça e os caminhos confundem-se. Perante o olhar desatento do cozinheiro, supostamente de guarda à sua dispensa, a prima da China troca a porta e entra na dispensa deparando-se com o acto. Fecha a porta apressada e volta a abrir para confirmar…era mesmo o engenheiro com a dona da casa! Volta atordoada para a sala e quase se esquece dos seus intestinos. Mas cheesecake não lhe perdoa e fá-la correr agora sim para a porta certa da toilette.
Quando volta finalmente à sala, já o engenheiro e a mulher davam saltos com a Anastácia, que insistentemente gritava “Hey, Hey, Hey, was Left Outside Alone”. A prima ausenta-se para a biblioteca e senta-se aturdida pelo acontecimento e pelo esforço intestinal.
O cenário muda e no meio de tanto acontecimento ninguém deu por falta do Ladrão dono da casa e de umas das criadas sexy. Voltamos à casa da lenha onde o whisky já faz estragos, perante o olhar arregalado do Cookie, o cão da família, mais um acto se consome, apesar das banhas e do estômago cheio de comida do Ladrão. O esforço estonteie-o e, enquanto a cridas sexy volta para a cozinha para os seus afazeres, o Ladrão refugia-se na biblioteca para uns cinco minutos de relax. No escuro encontra a prima da China, que num sorriso sarcástico lhe pergunta se tudo está bem. A ironia da prima fá-lo desconfiar e tirando nabos da púcara confirma a traição da mulher, isto sem antes ser obrigado a ceder uma malinha Burberry e outros regalos de idêntico teor em troca de tão preciosa informação.
Volta à sala como se nada fosse, mas com o seu suor a transpirar vingança e raiva pela maldade da mulher e do engenheiro. A vingança urdida pelo traído Ladrão é brutal e insólita. Após localizar o refúgio dos amantes, a despensa da Casa do Alto, e procurando um momento de distracção dos convidados, assassina o amante por asfixia e ingestão forçada das couves e dos nabos da Achada, e dos restos das pernas de pato e dos cogumelos. Ninguém dá por nada! Só o cozinheiro, fiel dono da dispensa…se deparar com tamanha atrocidade horas depois e disto dá conta à mulher dona da casa.
A vingança de mulher, por sua vez, não é menos estranha. Enquanto todos se divertem madrugada dentro, convence o cozinheiro a usar em toda plenitude o requinte de sua arte, assando o amante por inteiro e, num ritual de antropofagia e vingança, serve seu corpo ao marido no almoço do dia seguinte.

Epilogo
Assim termina mais uma festa na Casa do Alto onde a alegria da festa e gastronomia são sobejamente realçadas. Com sua natureza trágica e irrecorrível, o dilema da vingança é contemplado no acto de comer quando dona da casa ao almoço afirma: “...comer coisas pretas é como se comesse a morte… as azeitonas são pretas”, perante o olhar agoniado das primas do oriente ainda a recompor a compostura da noite anterior, mas sem nada perceberem. Foi efectivamente uma noite especial, onde quem saiu a lucrar foi a prima da china, pois no meio de tanta tragédia, a malinha Burberry já ninguém lhe tira.

The END

O meu país inventado


“Há uma certa frescura e inocência nas pessoas que permanecem sempre no mesmo local e contam com testemunhos da sua passagem pelo mundo. Em troca, aqueles de nós que partimos, muitas vezes desenvolvemos por necessidade uma couraça mais dura. Como carecemos de raízes e de testemunhos do passado, temos de confiar na memória para dar continuidade às nossas vidas; mas a memória é sempre confusa, não podemos confiar nela. Os acontecimentos do meu passado não têm contornos precisos, estão esfumados, como se a minha vida tivesse sido uma simples sucessão de ilusões, de imagens fugazes, de assuntos que não compreendo ou que compreendo só em parte. Não tenho certezas de espécie nenhuma. “

de O meu país inventado. Isabel Allende

Fim-de-semana Serra da Estrela (23 a 25 de Janeiro)

Este é um relato de um Fim-de-semana Serra da Estrela (23 a 25 de Janeiro) que, atento aos comentários, foi um sucesso. Porque tudo foi programado com tempo…aqui ficam os momentos antes da partida, as histórias dos dois dias de actividades e os comentários dos participantes.

Antes da partida: O Inverno chegou! Esqueçam as praias tropicais, às águas “calientes” de Formentera e de outras maravilhas afins, é tempo de falar de NEVE! Prometido é devido e o plano está posto em prática. Pois bem o plano é partir em grupo para a Serra da Estrela para um fim-de-semana de montanha e de se tudo correr bem, de neve. Mas nem tudo são rosas! 1) Se não houver neve, paciência! Comemos queijo da serra e requeijão com doce de abóbora e aborrecemo-nos uns aos outros. Temos muita experiência; 2) Se houver neve e conseguirmos chegar lá acima, está então previsto o baptismo no ski para os mais afoitos. De manhã aluguer de material e uma sessão de aulas para os esquiadores principiantes (de duas horas). Á tarde, tempo livre para usar e abusar das pistas aplicando, pois bem, os conhecimentos da manhã. Aviso à navegação: às aulas têm início às 10h. Como temos de experimentar botas e afinar skis (depois perceberão!) para a malta toda temos que estar na loja uma hora antes….por isso pessoal…vamos ter que levantar cedo no Sábado.


O plano cumpriu-se: Partimos em direcção à Serra da Estrela ou para a cordilheira central do nosso país, que é também o sistema montanhoso mais importante de Portugal. Na Torre, a 1993 metros de altitude, a Serra da Estrela ocupa uma posição de destaque, constituindo um valor ímpar em termos de património geográfico e geológico de Portugal. Ao mesmo tempo, também a única estância de ski, deste nosso cantinho à beira mar plantado. Pese embora o convívio do grupo, o baptismo do ski para miúdos e graúdos foi a nossa grande motivação. Com esta etapa passada, aguardam-nos as melhores estâncias europeias. Antes de tudo, uma palavra para o local da estadia. Os famosos “chalés” do Hotel Serra da Estrela, já a uns bons 1400 metros de altitude, concebidos para estadas de famílias e grupos, ideais ara nós, portanto! Os chalés de montanha são já uma imagem da região, conciliando de uma forma equilibrada elementos da arquitectura tradicional da Serra da Estrela com as modernas técnicas de construção de casas de montanha, proporcionam conforto e comodidade aos seus ocupantes e são, sem dúvida, à prova de vendavais e de muita neve. Composto por 63 chalés, dos quais 30 são explorados pela Turistrela, este aldeamento situa-se num local que oferece excelente vista sobre a serra, e fica situado a 10 minutos da Estância Vodafone. A noite da chegada, de sexta-feira para sábado, foi marcada por vento anormal e assustador, ainda que quentinhos e aconchegados no interior da cabana. Contudo, a mesma resistência não tiveram os meios mecânicos da tão famosa estância, e muito do material de apoio ao ski ficou destruído.

O dia acordou solarengo, com muito frio e com muita neve. Apesar destas boas condições e de haver muita neve e de ser possível chegar à estância, não se podia fazer ski. A prova de que nem tudo se pode programar, afinal havia mais do que 2 condições. A 3) haver neve e não poder esquiar na mesma! O entusiasmo era muito e a vontade de aprender também, por isso, a opção foi o ski parque de Manteigas, para garantir as aulas de ski e este primeiro contacto com a modalidade. Lá fomos com todos a por em prática as regras ditadas pelo professor Pedro. “Regra número um: não entre em pânico! Em vez de ficar mais tenso, é tempo de relaxar, já que absorver qualquer choque numa superfície mais dura com um músculo tenso é meio caminho andado para o desastre”. O ski parque não é a mesma coisa que a neve verdadeira, mas para os iniciados nestas lides foi do mesmo modo uma boa experiência e garantiu o primeiro contacto com tanto instrumento: botas, battons, skis, etc. e com as dicas principais ...faz força nos joelhos, aperta o pé... A verdade é que os esquiadores estão todos de parabéns e por esse facto tiveram direito a prémios, distribuídos pelas seguintes categorias: “Prémio Revelação”; “Prémio Aprendizagem”; “Prémio do desenrascado”;” Prémio Perseverança” e “Prémio trambolhão”. Mais um motivo de galhofa.

No outro dia, já com as coisas reparadas na estância, outro problema surgiu. Caiu um nevão brutal e as estradas fecharam. Mais uma vez não houve ski! Houve, contudo, o sentimento de estar em plena montanha, com muito frio e com tudo coberto de uma neve branca e fofa. Sendo algo desapontante para todos os que estavam, hora nos chalés, ora no hotel, a aguardar um dia de ski, para as crianças manteve-se a emoção e foi tempo de brincar e de deslizar na neve com pás e com trenós, aproveitando o equipamento a rigor do dia anterior. O fim-de-semana foi, claro, fantástico, como dizem os comentários abaixo, mas quanto a ski soube a pouco. Nesta matéria, a Serra da Estrela ainda é uma aprendiz e as pessoas que a exploram, quanto a mim, ainda não perceberam o fundamental…

Quanto ao grupo, um obrigado a todos, pois foi o nosso entusiasmo (e muita comidinha) que fez a festa. Umas jantaradas valentes na casinha e uns belos copos, onde o champanhe, claro, não faltou, completaram o ramalhete. Foi tempo de voltar a casa (um pouco mais rápido que o esperado, não fosse a malta ter que ficar lá) com uma parada estratégica no Tomas do Canhoso, porque já dizia a minha avó, convidem-me para passear, mas não me façam passar fome. Prometo encontrar outro programa em breve.

Comentários dos participantes:

Bom dia malta. Eu também adorei este fim-de-semana, por mim ia outra vez já no próximo (toda a gente diz que estou com muito bom aspecto). Hoje de manhã assim que acordou a minha filha disse logo “Ó mãe a casinha de madeira era tão gira”. Pois eu gostei de tudo, da neve, do vento, da comida, da casita, mas especialmente da companhia, obrigada por serem nossos amigos (hoje está a dar-me para o sentimento….). Boa semana para todos. PS: O ORGANIZADOR QUE COMEÇE JÁ A MARCAR QUALQUER COISITA …. (amigo se não fores tu a malta não se mexe). CP.

Mais um ENORME sucesso da ORGANIZAÇÃO F. Travel. Na sequência, aliás, do que nos vem habituando. Apenas um reparo: certamente devido a dificuldades informáticas, a informação relativa a este fim-de-semana ainda não está disponível no http://www.trickytraveler.blogspot.com/
O Instrutor de Sky Medalhado. SP

Hoje acordei a pensar o " Quanto Adorei " esta sensação " de Montanha Branca " ( que não conhecia ) e ver a minha M. tão " afoita " e desinibida .E o meu PJ a dominar a sua ansiadade para não cair .........................................................FOI FABULOSO .............................
A pequena ontem qdo estava a ver as fotos a seguir ás condecorações, começou a cantar : - o meu chapéu témm tès bicos ........
MUITO OBRIGADO F. Acabamos por não nos despedirmos, Foi BOM estar convosco beijinhos para todos , boa semana….LB


Foi muito giro…Uma boa semana
Beijos e abraços. MB.

Rescaldo de um dia de neve

Aprendi....que ninguém
é perfeito
mas todos pudemos tentar.
Aprendi....que a
vida é dura
mas eu sou mais que ela!!
Aprendi que...as
oportunidades nunca se perdem
aquelas que
desperdiças... alguém as aproveita
Aprendi que...quando
te importas com rancores e amarguras
a felicidade vai para outra
parte.
Aprendi que...
devemos sempre dar palavras boas...
porque amanhã nunca se sabe
as que temos que ouvir.
Aprendi que não nos devemos zangar definitivamente com
ninguém…volta não volta vamos precisar
de uma ajuda
Aprendi que...um sorriso
é uma maneira económica de melhorar o teu aspecto.
Aprendi que... não posso
escolher como me sinto...
mas posso sempre fazer
alguma coisa.
Aprendi que...quando
nos damos a uma criança
a temos para toda a vida
Aprendi que...todos
todos querem viver no cimo da montanha...
mas toda a felicidade
está durante a subida.
Aprendi que... temos
que gozar da viagem
e não apenas
pensar na chegada.
Aprendi que...o melhor é
dar conselhos só em duas circunstancias...
quando são pedidos e
quando deles depende a vida.
Aprendi que...quanto
menos tempo se desperdiça...
mais coisas posso fazer.
Aprendi que…não se apregoa amizade…
pratica-se.

No primeiro dia do ano.

Mais um Natal, mais um ano que lá vai e outro que entra. Ontem para comemorar a chegada do recente 2009, lá nos juntamos todos de novo. Um almoço em família e depois um jantar entre amigos. Tudo igual a um qualquer jantar: os convivas de sempre, acepipes vários, um champanhe perfeito e comida, sempre a mais. Fizemos um jantar dos “restos” em nossa casa, depois de uma farra valente no dia anterior na casa do alto. Restos à parte, a emoção foi a mesma. É isto para mim que conta. Esta alegria, a união, o sentido de confiar e de poder contar e a presença de quem realmente importa nestes dias de festa, apesar dos importantes ausentes. Com a certeza de que para o ano estaremos todos juntos de novo, a conVIVER, a partilhar projectos de viagens, a reVIVER outras, a programar jantares e convívios e a contar histórias hilariantes que sempre acontecem. Os convidados vão embora, a calma regressa e tudo fica por arrumar. Não me importo. Respiro fundo e sorrio, ponho tudo de novo no seu lugar ao som de uma música que me ampara e penso efectivamente que a vida só faz sentido quando temos as pessoas certas com quem a partilhar. Estes momentos enchem-nos de harmonia e de paz e dão sentido à nossa existência. Por mais independentes que sejamos, ou que achamos que somos, precisamos sempre da amizade alguém. Votos de um extraordinário 2009 a todos.