Às vezes tento ler o meu futuro. Não nos astros, nem nas cartas, nem na palma da mão. Tento lê-lo dentro de mim. Mas encontro tantas páginas soltas que não consigo determinar um enredo, encontrar uma lógica, ler uma autobiografia antes que ela aconteça. Fico sem saber nada, na mesma. Entre outras coisas, gostava de saber se um dia eu poderia estabelecer-me num lugar, criar por fim raízes, parar. no principio estava o mar. GC.
Sagres. Sonhar, aprender e caminhar em boa companhia
A ideia de passar um fim de semana em Sagres é
fantástica em qualquer altura do ano. Se a esta ideia – fantástica –
associarmos a possibilidade de ficar no Memmo Baleeira, já estão, por si só,
reunidos dois ingredientes para um fim de semana de sinal positivo.
Deixamos a intimidação invernal para trás e rumamos
a sul. Na bagagem ia a intenção de gastar um parte deste precioso fim de semana
numa caminhada há muito prometida na Costa Vicentina, explorando a pé as
imediações do cabo de S. Vicente, uma das mais belas e bem preservadas zonas
costeiras do sul da Europa. Sabíamos que era rochosa e íngreme, intervalada por
pequenas baías, sempre marcada pela ondulação de um Atlântico forte mas
atraente. Em suma, prontos para a descoberta.
Na manhã de sábado o tempo colaborou e lá estávamos,
cheios de energia e equipados a rigor. Partimos com o Nicolau, o nosso guia.
Caminhamos 3 horas por um cenário indescritível e por uma grande diversidade de
paisagens, onde não faltaram as grandes planícies verdes e as arribas e
falésias abruptas e recortadas, onde surgem pequenas praias isoladas. Caminhar faz-nos
reflectir, serenar e possibilita chegar a sítios e descobrir recantos da
natureza que de outra forma seriam inacessíveis.
Mas o passeio ficou ainda marcado por outro ponto
alto. O nosso guia, o Nicolau. O seu site não o poderia
descreve-lo melhor “Um explorador
de alma”. O Nicolau transformou um simples passeio num grande momento de
descoberta. De descoberta dos locais por onde passamos, sempre anotados por
explicações precisas da flora e da fauna e dos aspectos geo - morfológicos, de
descoberta dos costumes e das praticas dos mariscadores da terra, onde nos fez
notar as cordas e os caminhos arriscados que usam na sua profissão, de
descoberta de uma personalidade cheia de mundo e de estima por uma natureza que
o rodeia de que se sente protector praticante, de descoberta de uma alma serena
que nos contagia.
Por tudo isto, uma missão cumprida com rigor.
Sonhar, aprender e caminhar em boa companhia. Para a próxima ficou prometido o
trilho dos mariscadores. Não podia ser de outra forma. Obrigado Nicolau.
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